quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Retrato de uma Rainha (Biografia: Natalie Portman)

Hello, stranger.



Meu último post sobre alguma personalidade do Cinema já tem bastante tempo, por isso, resolvi que já estava na hora de repetir a dose. Acho que isso se deve pela insistência de uma grande atriz em fazer parte dos meus dias: os últimos dois filmes que assisti tinham Natalie Portman.

Natalie é, hoje, a minha atriz predileta, não consigo enxergar em nenhuma atriz (viva) o potencial que eu encontro nessa jovem atriz. Acho que não é só a junção de imenso talento e indiscutível beleza, Natalie é símbolo de humildade, garra e discrição no exercício da profissão.

A esplêndida atriz israelense, nascida em 9 de junho de 1981, pode se gabar por ter se tornado uma das atrizes mais festejadas da atualidade e uma das poucas a aceitar papéis tão diferentes um do outro. E esse é o grande diferencial de Portman: a força que a atriz tem em convencer como rainha, bailarina, assassina, vendedora, stripper ou revolucionária.



Poucos sabem, mas Portman nasceu mesmo em Israel e só foi parar na terra do Tio Sam aos três anos de idade, outra coisa que também foge do conhecimento do grande público, é que Natalie é graduada em Psicologia pela renomada Universidade de Harvard, onde também saiu sendo agraciada como uma das melhores alunas do curso. Deixando as partes menos interessantes de lado, vamos falar do que realmente importa: a trajetória de Natalie Portman no Cinema e sua contribuição, diga-se de passagem, magnífica, na construção do cinema contemporâneo.

Portman inicialmente foi convidada para ser modelo, pedido o qual recusou, pois queria se tornar atriz. Aos doze anos veio a primeira e acertada chance da menina. O diretor francês Luc Besson escolheu Natalie Portman para fazer a aprendiz de assassina, que virou exemplo de personagem cult e entrou para a maioria das listas dos personagens do século, no filme O Profissional (1994). Ao lado de Jean Reno, Portman eclipsou todo o filme e despontou como uma das grandes promessas dos anos 1990. Até hoje, a atriz é ovacionada por Mathilda, afinal, se ela conseguiu fazer o que fez aos 12 anos, o que não faria Natalie Portman quando amadurecesse como atriz?

Talvez pela pouca idade e pouca experiência, Natalie acabou fazendo algumas escolhas equivocadas nos anos seguintes. Foi convidada pessoalmente por Woody Allen para integrar o elenco de Todos Dizem Eu Te Amo (1996) e por Tim Burton em seu Marte Ataca! (1996). Os dois filmes não renderam muito reconhecimento a atriz, mas valeu como oportunidade de trabalhar com os dois diretores, como disse a própria atriz. Em seus seguintes trabalhos o que mais rendeu elogios a Portman foi sua parceria com o diretor Michael Mann, Robert De Niro e Al Pacino em Fogo contra Fogo (1995).



Em 1999, Natalie entrou para o cast da refilmagem de Star Wars. Como a rainha Padmé Amidala, a atriz inclui em seu currículo mais um trabalho com pouca expressividade. Será que a atriz estava condenada aos papéis medianos e aos roteiros fracos? Na época, sim, mas Natalie deu reviravolta na carreira e mostrou que não estava ali à toa.

Tudo começou com a parceria inusitada de Natlie a veterana Susan Sarandon no filme Em Qualquer outro Lugar (1999). O filme não é nenhuma pérola e a personagem da jovem atriz nenhuma revolução. Mas, frente às poucas opções de ascensão da personagem, Natalie conseguiu montar uma menina incomodada com a mãe e seus preceitos, como poucas atrizes conseguiram fazer. Seu primeiro divisor de águas se encontra nesse momento. Portman já sabia como lutar contra um roteiro fraco e uma personagem mediana.

Em meio às continuações da trilogia Star Wars, Natalie participou do simples e comovente Hora de Voltar (2004) do ator e diretor Zach Braff. O filme recebeu várias indicações e prêmios em eventos de cinema independente: também podemos ver a partir daqui, o começo de uma longa e festejada parceria entre Natalie e os filmes indies.



Em consequência de sua ascensão com Hora de Voltar, Mike Nichols, diretor inglês e de diversos filmaços como A Primeira Noite de um Homem, Quem tem Medo de Virginia Woolf? e Silkwood, viu em Natalie Portman a atriz perfeita para fazer uma de suas personagens prediletas: a Alice Ayres/Janes Jones de Closer – Perto Demais (2004), seu segundo divisor de águas. A personagem de Portman neste filme, para mim, é simplesmente o melhor trabalho da atriz. Portman se despe de todo e qualquer tipo de vaidade e insegurança para encarnar uma stripper desbocada, independente financeiramente e arrasada sentimentalmente. Aqui, Natalie mostrou não ter problema nenhum com nudez, nem com rotulação, o que interessa é ser o que se deve ser. O papel rendeu a Natalie Portman um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar.

Depois disso, Natalie já tinha praticamente firmado seu lugar na indústria cinematográfica. Novamente, começou a ser convidada para todos os tipos de papéis, o que gerou novamente uma série de equívocos.



Ansiosa por poder trabalhar com diretor e atores de Israel, Natalie rodou Free Zone (2005). O filme não é bom, mas, mesmo assim, traz a atriz em perfeita sintonia com um mundo que ela deixou de conviver desde os seus três anos. Por esse motivo, e só por esse, o filme valeu a pena. Mais tarde, alguns outros erros, como A Loja Mágica de Brinquedos (2007), em que Natalie foi totalmente seduzida pela oportunidade de trabalhar com Dustin Hoffman, e Sombras de Goya (2006), que também acabou por se configurar num filme bastante faltoso.

Da segunda metade da última década, destacam-se duas grandes obras em que Natalie esteve presente. A primeira A Outra (2008) nem é tanto pelo filme, mas sim, pela encarnação que atriz fez da histórica rainha inglesa Ana Bolena. Já tive oportunidade de ver outras atrizes fazendo a “incestuosa" rainha, e nenhuma chegou ao meu imaginário do que seria a história da família Bolena, como Natalie chegou. A segunda é V de Vingança (2006), e a qualidade dessa obra e da atuação de Portman é completamente inquestionável. É uma força absurda que a atriz imprime nas duas personagens, que dá gosto de ver. E sentar e se deliciar.



Esse foi o caminho para que Natalie Portman chegasse até o ápice de sua carreira: o momento em que seria coroada, ou melhor, oscarizada como a Melhor Atriz do último ano. Foi interpretando a bailarina Nina no filme Cisne Negro (2010), que Natalie Portman mostrou ao mundo o que é se entregar por completo para um papel, para uma história a ser contada, para uma arte. O retrato claustrofóbico e intenso da bailarina é um marco na carreira da atriz e na história do Cinema. Temos, então, o terceiro divisor de águas na carreira de Portman.



Novamente, Portman entrou numa sucessão de pequenos erros. Recentemente se juntou a Ashton Kutcher para rodar Sexo Sem Compromisso (2010), um daqueles filmes que logos são rotulados de “sem necessidade nenhuma”, e rodou também, numa onda mais de super-heróis, o longa Thor (2011), que também não deixa de ser um pouco dispensável.

A carreira de Natalie Portman é exatamente a carreira de qualquer ser humano normal: tem seus altos e baixos, seus prêmios e fracassos e suas glórias e perdas. Podemos notar que dentro da história da atriz sempre vamos encontrar diversos divisores de água, em que toparemos com Portman nua e crua, do jeito que é e deve ser sempre: a melhor atriz do mundo na atualidade.
E que venha mais um divisor de águas.
Amém.



FILMOGRAFIA OBRIGATÓRIA

O Profissional (1994)
Fogo Contra Fogo (1995)
Em Qualquer Outro Lugar (1999)
Cold Mountain (2003)
Hora de Voltar (2004)
Closer - Perto Demais (2004)
Paris, Eu te amo (2006)
V de Vingança (2006)
Um Beijo Roubado (2007)
A Outra (2008)
Cisne Negro (2010)

Um comentário:

  1. por algum motivo, não consigo ser tão fã da Natalie. MAS é impossível não reconhecer o quão foda essa minina é :B

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